SCUT: Discriminação positiva "não resolve questão essencial"
Francisco Almeida, que integra esta comissão, sublinhou que a "o problema não é pontual" e que "a questão essencial é que há pessoas e empresas que usam esta via todos os dias e não meia dúzia de vezes por mês".
"As pessoas não trabalham só 10 dias por mês, nem as empresas, que têm veículos a circular diariamente nestas autoestradas. Esta estrada, a A25, mas também a A23 e a A25, são essenciais para a vida de muitas pessoas e muitas empresas e não são essas medidas ditas positivas (como descontos e isenções) que resolvem a questão de fundo", afirmou.
O Governo aprovou na quinta-feira um decreto-lei que permite a cobrança de portagens nas SCUT do Algarve, da Beira Interior, do Interior Norte e da Beira Litoral/Beira Alta, mediante um regime de discriminação positiva. Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, "são aplicados os princípios da universalidade e do utilizador pagador que garantem uma maior equidade e justiça social".
O decreto-lei visa também "a criação de um regime de discriminação positiva para as populações e para as empresas locais, em particular, das regiões mais desfavorecidas, que beneficiam de um sistema misto de isenções e de descontos nas taxas de portagem".
O comunicado não refere datas para o início da cobrança de portagens. Na semana passada, o ministro da Economia e do Emprego anunciou que as portagens nestas concessões começariam a ser cobradas até ao final deste mês, sem, contudo, avançar uma data.
O início da cobrança das portagens nestas quatro concessões chegou a estar previsto para 15 de Abril, mas o anterior Governo suspendeu a medida por considerar, com base num parecer jurídico, que seria inconstitucional um Executivo de gestão aprovar um decreto-lei para introduzir novas portagens, o respectivo regime de isenções e descontos.